Aldeia de Belém

Já estamos experimentando, no espírito do Advento e na movimentação do comércio, o clima festivo que identifica uma realidade própria de Natal. A história começou na Vila de Belém, uma minúscula Aldeia próxima da cidade de Jerusalém, com o nascimento de um Menino, anunciado pelos profetas como Aquele que traria a justiça e a vida para os povos.
Jesus nasce na cidade de origem de Davi, e descende da dinastia desse grande Rei. O foco da justiça recai sobre Ele para enfrentar a cultura das injustiças, que sempre dominaram o itinerário dos povos. Injustiças que ameaçam a vida e a identidade das instituições. É triste comemorar mais uma festa de Natal entranhada por uma cultura com marcas profundas de injustiça.
Com Jesus, a história de quem acreditou Nele, tomou um novo rumo. Segui-Lo supõe autenticidade, vida honesta e prática da justiça social. O que vemos hoje é uma afronta aos princípios do cristianismo, que até envergonha os honestos na celebração do Natal. Tudo tem se transformado em interesses particulares, acirrando as diferenças sociais.
A política deixou de ser a arte de bem administrar e um bem para a vida, e se transformou em caminho fácil de corrupção. O cenário do Congresso Nacional é alarmante, fazendo do Brasil uma Aldeia de políticos despreocupados com a identidade dos brasileiros. Mas somos culpados, porque foram eleitos com o nosso voto.
A corrupção está presente, como efeito cascata, em todas as áreas da nação brasileira. Podemos até dizer que o Brasil é um país doente, necessitado de um processo de conversão. O Papa Francisco convoca o mundo para um tempo de misericórdia, que deve atingir o coração de nossos políticos.
As dimensões da Aldeia de Belém, em relação ao Brasil, são destoantes. Em Belém, Jesus foi homenageado pelos Reis do Oriente, e reconhecido como Rei do universo. As explorações praticadas no Brasil fazem do país uma casa de grandes preocupações. Com isto o Natal fica sendo uma festa desfigurada e incompatível com a identidade de Jesus Cristo.
Dom Paulo Mendes Peixoto Arcebispo de Uberaba.

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© Copyright Arquidiocese de Uberaba. Feito com por
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