Fim da história

Inúmeros acontecimentos da atualidade dão a impressão de que estamos tocando no final dos tempos. Muitas pessoas dizem que estamos chegando ao fim do mundo, que deveria coincidir também com o fim da história, quando não haverá mais contagem das horas. Será que caminhamos para a falência total, para a destruição de tudo que existe, caindo num total vazio e no caos?
A natureza realmente vem sendo agredida. Ela tem que “fazer milagre” para se sobreviver e dar possibilidade de vida. Os seres vivos, isto é, as pessoas, destinatárias de todos os bens da criação, vão sendo encurraladas pela violência, poluição, agrotóxicos, apartamentos cada vez mais cubículos, exploração econômica, desemprego e uma série de outros sofrimentos e limites.
A sensação realmente é de uma realidade preocupante. As pessoas são ameaçadas por todos os lados. Não só ameaça física, mas também psicológica, social e espiritual. Ricos e pobres são reféns de situações indesejáveis, minando a esperança de um futuro feliz. Com isto, muitos perdem o rumo, se desesperam e acabam eliminando a própria vida.
Acontece que não nos damos conta de que é Deus quem dirige a história. Ele capacita todas as pessoas de condições necessárias para enfrentar as realidades negativas que encontram. Mas elas passam, têm o seu fim, e a história continua. Os sofrimentos, que marcam o tempo final, não são a conclusão de tudo. São, sim, as marcas da história, que muda, mas continua.
Não é fácil interpretar os sinais dos tempos, mesmo que eles sejam bem evidentes e com aparência de fim do mundo. Depende de uma sabedoria divina para direcionar o pensamento para realidades de esperança e provocadora de vigilância. As catástrofes das mineradoras, matando muita gente, não significa fim, mas exploração irresponsável e injusta.
A história não tem sido lida a partir da Palavra de Deus. Os critérios têm acontecido de forma, apenas, humana. Por isto sofremos as consequências desastrosas, que ceifam a vida de muitas pessoas. Alguma coisa de sobrenatural está sendo colocada no ostracismo, desrespeitando a justiça divina.
Dom Paulo Mendes Peixoto – Arcebispo de Uberaba.

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