60 anos de criação da Arquidiocese de Uberaba

Neste 14 de abril, quinta-feira, celebramos o marco de 60 anos da elevação da Diocese à Arquidiocese de Uberaba. Uma história bicentenária, mas que se tornou a Igreja Particular que conhecemos hoje, apenas em 1962, através da bula Qui tanquam Petrus, criada pelo Papa João XXIII. Dom Paulo Mendes Peixoto, atual Arcebispo Metropolitano de Uberaba, celebra este importante marco para os católicos: “Este ano, essa data caiu dentro da Semana Santa, dia em que recordamos a instituição da Eucaristia e do sacerdócio. Agradecemos por essa história que está sendo construída já há 60 anos, e pedimos sempre a proteção do Cristo Ressuscitado, presença do Espírito Santo, para que continue nos abençoando e zelando por todo o nosso clero, leigos, leigas, todos aqueles que atuam em nossas comunidades. Pedimos também a proteção de Nossa Senhora D’Abadia, para que continue nos guiando.”, afirma Dom Paulo.

Arquidiocese de Uberaba: 60 anos (1962-2022)

Criada em 1962 pelo papa João XXIII, pela bula Qui tanquam Petrus, é composta atualmente por quatro dioceses: Uberaba, Patos de Minas, Uberlândia e Ituiutaba. No ano da criação, a composição da Arquidiocese de Uberaba era outra. Era composta pelas Dioceses de Uberaba, Paracatu, Patos de Minas e Uberlândia.

Antes de contar um pouco sobre a história de nossa Arquidiocese, chamo a atenção para a origem do termo Arquidiocese. Na história do Império Romano, o imperador Diocleciano (284 – 305 d.C.) dividiu seu império em províncias administrativas, chamadas de Dioceses. Em cada uma, havia um vigário governante em nome do Imperador. Com a queda do Império Romano, após a invasão dos bárbaros, a Igreja adotou a divisão e o que era chamado de Diocese passou a ser administrada por um bispo.

No Concílio Vaticano II, este conceito de Diocese passou a ser caracterizado como “porção do povo de Deus para o pastoreio de um Bispo”. Contudo, com o crescimento da Igreja e também o crescimento territorial e o consequente aumento populacional, as dioceses foram se dividindo e formando novas Dioceses. E entre as dioceses, a mais antiga é chamada de Arquidiocese, devido ao termo arqui, em grego, significar primeiro.

Dentro desta perspectiva hierárquica da Igreja Católica, a divisão de Arquidiocese e Diocese recebe também o nome de Província Eclesiástica, que é a junção das dioceses sufragâneas e da Arquidiocese. Em nosso caso, nossa província recebe o nome de Província Eclesiástica de Uberaba.

A primeira diocese criada entre as quatro atuais componentes de nossa Província, como sabemos, é a nossa, Uberaba, elevada a Diocese em 1907 pelo Papa Pio X, cujo primeiro bispo foi Dom Eduardo Duarte Silva (1907 – 1923), e recebeu como padroeiro o Sagrado Coração de Jesus. Inicialmente, todo o território do Triângulo Mineiro e também o do Alto Paranaíba foram administrados pelo bispo de Uberaba.

No ano de 1956, a segunda diocese foi criada pelo Papa Pio XII. Foi a diocese de Patos de Minas, cujo primeiro bispo foi Dom José André Coimbra (1956 – 1968), e recebeu como padroeiro, Santo Antônio.

A Diocese de Uberlândia foi criada em 1961 pelo Papa João XXIII, e o primeiro bispo nomeado para administrar a diocese foi Dom Almir Marques Ferreira (1961 – 1977), que foi pároco de nossa Catedral Metropolitana e recebeu como padroeira diocesana, Santa Teresinha do Menino Jesus.

A Diocese de Paracatu, que inicialmente pertenceu a nossa Província, foi primeiramente elevada à categoria de Prelazia. “A prelazia territorial ou a abadia territorial são uma determinada porção do povo de Deus, territorialmente delimitada, cujo cuidado, por circunstâncias especiais, é confiado a um Prelado ou Abade, que a governa como seu próprio pastor, à semelhança do Bispo diocesano.” (Cân. 370). Foi administrada pelos padres da Ordem Carmelita da Antiga Observância e, em 1962, na mesma bula da criação da Arquidiocese de Uberaba, a prelazia foi elevada a Diocese, sendo o primeiro bispo Raimundo Luí, O. Carm, e a padroeira diocesana, Nossa Senhora do Carmo. Entretanto, a Diocese de Paracatu em 1966 tornou-se sufragânea da Arquidiocese de Brasília, a pedido do Arcebispo de Brasília.

A elevação a Arquidiocese, bem como a criação das Dioceses de Patos de Minas e Uberlândia evidentemente partiram do esforço inicial do primeiro arcebispo, Dom Alexandre Gonçalves do Amaral que administrou nossa (arqui)diocese por quase 39 anos (1939 – 1978). Sabemos que o processo de criação de uma Diocese é composto por longas pesquisas, reflexões, não apenas no âmbito territorial, mas também envolvendo a cultura, a religiosidade e, consequentemente, a organização eclesiástica do local, além da própria administração econômica.

Em 1970, Dom José Pedro de Araújo Costa foi nomeado bispo coadjutor da Arquidiocese de Uberaba e permaneceu à frente da Arquidiocese com Dom Alexandre até 1978, ano em que ambos renunciaram.

Após a renúncia de Dom Alexandre devido à longevidade, acompanhado por Dom José Pedro, quem assumiu a Arquidiocese de Uberaba foi Dom Benedicto de Ulhôa Vieira, nomeado pelo Papa João Paulo II. E durante seu governo, a Diocese de Ituiutaba foi criada, sendo a última, portanto, entre as quatro dioceses de nossa Província.

A Diocese de Ituiutaba foi criada em 1982 pelo papa João Paulo II, e o primeiro bispo nomeado foi Dom Aloísio Roque Oppermann, que viria a ser em 1996 nomeado o terceiro Arcebispo de Uberaba. A Diocese de Ituiutaba recebeu como padroeiro São José, titular da Catedral.

Assim, nesses 60 anos de Arquidiocese tivemos como Arcebispos: Dom Alexandre Gonçalves do Amaral (1939 – 1978), Dom Benedicto de Ulhôa Vieira (1978 – 1996), Dom Aloísio Roque Oppermann (1996 – 2012) e atualmente Dom Paulo Mendes Peixoto, nomeado em 2012 pelo Papa Bento XVI.

Amanda Oliveira
Historiadora

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© Copyright Arquidiocese de Uberaba. Feito com por
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