Se tem uma prática pastoral na Igreja que se organiza de forma tão fácil e alegre são os grupos da Novena de Natal. A força da tradição que permeia gerações ainda consegue encantar crianças, jovens, adultos e idosos que se misturam em fraternos grupos para refletirem sobre o mistério do Natal de Jesus.
Deste baú de coisas tão antigas se é capaz de extrair coisas tão novas. A história é a mesma, mas a mensagem é sempre outra, é sempre nova e surpreende a todos que se abrem à dinâmica da Novena de Natal. Quantos se emocionam diante da profundidade da reflexão que toca a alma!
Este ano, em nossa Arquidiocese, a Novena de Natal nos questionou: Quem é o Menino da manjedoura? Logo no primeiro encontro fomos buscar na profecia de Isaías a certeza de que o Menino da manjedoura é o Messias esperado. Nos sete encontros que se seguiram, o Evangelho de São João foi aberto para que os novenários pudessem ir aos poucos definindo quem era o Menino da manjedoura, para que todos pudessem reconhecê-lo como o Messias.
Saboreamos o Pão da Vida e renovamos o desejo de eternidade que recebemos cada vez que comemos deste Pão. Fomos a Caná da Galileia para beber do vinho da alegria que nos une ainda mais a Deus. Sentados no beiral do poço de Jacó, junto à samaritana, bebemos da água viva que saciou a sede de nossa alma nos convidando à conversão. A escuridão dos corações reencontrou em Cristo a luz que ilumina o mundo e dizia ser urgente que todos acendessem sua luz. Como a videira, nos unimos de forma mais íntima a Jesus e permitimos que o Pai, como um agricultor, cuidasse da gente. Por fim entregamos ao Senhor nossas infidelidades e feridas e permitimos que Ele nos carregasse nos braços de volta a seu redil já que é o Bom Pastor.
Como foi lindo descobrir com a ajuda de São João quem de fato é Jesus, o Menino da manjedoura!
Com os Fatos da Vida, percebemos pela vida de alguns santos e também de pessoas simples como Maura, ou de uma celebridade como a princesa Diana, que é possível em nossos dias ser de Deus e ter gestos que falem de seu Reino. Afinal, a mais bela pregação não nasce dos lábios, mas dos gestos que transformam vida por falarem e levarem as pessoas à experiência linda do amor de Jesus. Foi profunda nossa pregação por meio do Gesto Concreto que levou dignidade aos pequenos de Deus. Vimos Jesus na pessoa do pobre, do doente e do marginalizado.
Só festejamos o nascimento daqueles que realmente conhecemos; por isso, a Novena deste ano foi tão importante. Conhecemos um pouco mais nosso Jesus e por isso fizemos do nono encontro uma louvação a seu nascimento, erguendo um grande brinde à nova vida e esperança que Ele nos trouxe.
Estamos prontos pra celebrar o Natal e acolher aquele que vem para ser a grande novidade do ano que está pra nascer.
Padre Márcio André Soares