Devolutivas da Assembleia Eclesial para a América Latina e o Caribe

O Fórum 61 proposto pela Comunidade Santa Clara/ Paróquia Sagrada Família da Arquidiocese de Uberaba carreou para o Documento de Trabalho, “Síntese narrativa: a escuta na 1ª Assembleia Eclesial para a América Latina e o Caribe” os aportes dados por diversas pessoas, leigos, Padres religiosos e diocesanos de Uberaba.

Intitulado “Pastorais, movimentos devocionais e grupos de oração”, o Fórum 61 apresentou a seguinte questão:

Onde falta ação e sobeja oração e onde falta devoção e sobeja ação, como estabelecer o espaço dialógico que permite o consenso, a concórdia e a união?

A partir dessa pergunta, e do texto reflexivo postado no Fórum, os participantes contribuíram por meio de seus comentários que foram sistematizados e apresentados ao Comitê de Escuta da Assembleia Eclesial.

Na elaboração da Síntese Narrativa da escuta na 1ª Assembleia Eclesial, os seus organizadores sistematizaram os aportes de todos os Fóruns. Na forja deste documento de trabalho, o Fórum 61 aparece em EVANGELIZACIÓN – 2.16 (p. 140) associado a outros 3 fóruns: Fórum No. 56- Evangelização, Fórum No. 97- Pastoral Universitária e Fórum No. 128 – Paróquia.

As conclusões e propostas que são apresentadas no final deste item 2.16, foram extraídas da Sistematização do Fórum 61. Na integra, no Formulário de Sistematização apresentado ao Comitê de Escuta da Assembleia Eclesial, o texto é o seguinte:

CONCLUSÕES E PROPOSTAS DO FÓRUM 61.

O ato concreto de ver o Cristo nos outros, pela via da compaixão e o estabelecimento de uma relação fraterna, solidária, mediante diálogo, esses foram alguns dos comentários recorrentes no Fórum. Por outro lado, ressaltou-se, também, a imensa dificuldade de formar-se a condição necessária que favoreça a predisposição para esse diálogo. Os aportes de pessoas engajadas, atuantes em áreas pastorais, nas causas sociais e em militância político-partidária voltaram-se para a busca de soluções, de formas mediante as quais se possa abrir o espaço dialógico da escuta e alcançar o resultado esperado da transformação da realidade adversa.

Alguns questionamentos e leituras críticas dirigiram-se à própria Igreja Católica e ressaltaram o clima tenso e descomprometido de muitos cristãos com mentalidade reacionária, voltados até contra as orientações do Santo Padre. Em toda a discussão desenvolvida neste Fórum, entretanto, ficou clara a necessidade de diálogo em todas as esferas da vida humana. Neste sentido, o debate caminhou, buscando configurar reais perspectivas de mudança.

O sentimento e a atitude de compaixão para com o outro se distinguiu, ademais, como forma de libertação da situação conflituosa que vivemos na atualidade, pois, a compaixão tende a favorecer o diálogo constante. Não necessariamente uma interlocução permanente, mas, uma permanente abertura que perpassa pela oração pessoal e comunitária, mediante a qual podemos manter o respeito mútuo que precisamos ter uns para com os outros.

Nesse aspecto, ficou patente também o fato de que não nos basta fazer a oração, é preciso que esta força alavanque o nosso trabalho e por meio da ação do Espírito Santo, nos possibilite o desvelamento de novos horizontes e a instauração de novas práticas em favor da nossa igreja e de nossos irmãos mais necessitados.

Vale ressaltar, outrossim, que todos os desafios da atualidade, elencados nos aportes do Fórum, demandam uma redireção dos caminhos da Igreja, retomada como continuidade de um movimento histórico que perpassou por Medellín, Puebla, Santo Domingo e Aparecida. A humanidade ainda em sofrimento, entretanto, carente de socorro em questões prementes, mesmo após tanto esforço encetado pela Igreja Católica, desperta a nossa perplexidade. Esse contrassenso nos faz crer, mais ainda, que o nosso objetivo principal é mesmo o de alcançarmos a união centrada no esforço do trabalho comprometido e compromissado, um esforço comunitário, fraterno e solidário, impulsionado pela compreensão de quem é Jesus e também do que ele nos pede.

No cerne desta última questão se encontra um apelo referente à urgência em promover uma maior escuta não exatamente sobre a Igreja enquanto instituição, mas sobre a fé. Precisamos refletir sobre aquilo que cremos que deve ser o que necessitamos viver como Povo de Deus, assembleia reunida, em constante marcha que pede a renovação eclesial.

Ao perscrutarmos nosso momento presente, nos parece evidente que ele clama por atenção à realidade perdida nos primórdios do Cristianismo e solicita que nos reposicionemos e busquemos, conforme nos alertaram muitos participantes deste Fórum, resgatar o nosso próprio olhar de compaixão, para o outro, para a vida, para tudo. Movidos pela compaixão, então, apresentaremos Jesus ao mundo, empenhados em sua amorosa evangelização.

Espacio para registrar las conclusiones, propuestas o proposiciones realizadas sobre el tema en cuestión.

En base a lo discutido en el foro, ¿cuáles serían los 5 aspectos que tendríamos que incorporar en la agenda de la Asamblea Eclesial?

1. Compreensão de quem é Jesus e do que ele nos pede

2. Resgate do sentimento e da atitude de compaixão

3. Construção do espaço dialógico na Igreja e no mundo

4. Promoção de uma escuta sobre a fé

5. Reflexão sobre as Comunidades de Fé dos primórdios do Cristianismo

Consideramos esses aspectos uma leitura crítica da nossa realidade a ser meditada e abraçada como um desafio ao trabalho que é testemunho cristão na adversidade. Oxalá o caminho sinodal nos abra essa perspectiva de reflexão e faça chegar ao contexto atual que vivemos, ao menos, um convite às práticas possíveis que cada um desses aspectos enfeixa no âmbito teológico-pastoral.

Por outro lado, a atividade de criar e administrar um Fórum foi extremamente difícil porque demandou assistência cotidiana integral, no sentido sobretudo de animar a participação das pessoas, acompanhar as postagens e respondê-las de imediato a partir de referencial teórico. O prazo para a sistematização foi muito curto também, apenas três dias após o encerramento do Fórum. Mas, foi muito compensadora a experiência pelos ricos aportes de todos os participantes e pela aprendizagem que nos habilitou para a realização de algo que não tínhamos desenvolvido ainda.

O primeiro parágrafo da Introdução da Síntese Narrativa, nesse sentido, traduz muito bem as nossas esperanças:

“La Iglesia en América Latina y el Caribe se ha puesto en genuina actitud de escucha, con la convicción de que en este “kairós”, que es el tiempo propicio de Dios, estamos llamados a escuchar la voz del Espíritu Santo que emana con fuerza innegable en el pueblo. La 1era. Asamblea Eclesial es, en su conjunto, un proceso que quiere asistir en el discernimiento en común de la Iglesia (y de la sociedad que quiera dejarse interpelar) para responder de modo más genuino y legítimo ante los signos de los tiempos de nuestra región, para impulsar con más fuerza su misión salvífica integral, y para seguir dilucidando los nuevos caminos para un seguimiento más pleno del Señor de la vida.”

Se trata, enfim, de uma situação emergencial, isso é que mais nos parece revelar essa Assembleia Eclesial, precisamos tentar responder ao que nosso tempo presente solicita em relação à continuidade da fé cristã.

Rita De Blasiis

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