O Dia Mundial da Paz, celebrado em 1º de janeiro, foi criado pelo papa Paulo VI em 8 de dezembro de 1967, como uma iniciativa de promover a busca pela Paz no Mundo.
Com os inúmeros conflitos experienciados na primeira metade do século XX e, posteriormente, com a Guerra do Vietnã, o Santo Padre em 8 de dezembro propôs que se celebrasse a partir de 1º de janeiro de 1968 o Dia Mundial da Paz para que a humanidade pudesse refletir sobre quais rumos ela tomaria nos próximos anos.
Assim, em 1º de janeiro de 1967, o Papa Paulo VI anunciou a primeira carta comemorativa deste dia, falando que “A proposta de dedicar à Paz o primeiro dia do novo ano não tem a pretensão de ser qualificada como exclusivamente nossa, religiosa ou católica. Antes, seria para desejar que ela encontrasse a adesão de todos os verdadeiros amigos da Paz, como se se tratasse de uma iniciativa sua própria; que ela se exprimisse livremente por todos aqueles modos que mais estivessem a caráter e mais de acordo com a índole particular de quantos avaliam bem, como é bela e importante ao mesmo tempo, a consonância de todas as vozes do mundo, consonância na harmonia, feita da variedade da humanidade moderna, no exaltar este bem primário que é a Paz. A Igreja católica, com intenção de servir e de dar exemplo, pretende simplesmente «lançar a ideia», com a esperança de que ela venha não só a receber o mais amplo consenso no mundo civil, mas que também encontre por toda a parte muitos promotores, a um tempo avisados e audazes, para poderem imprimir ao Dia da Paz, a celebrar-se nas calendas de cada novo ano, caráter sincero e forte, de uma humanidade consciente e liberta dos seus tristes e fatais conflitos bélicos, que quer dar à história do mundo um devir mais feliz, ordenado e civil.” Lá em 1968 os anseios que emergiam eram pela busca da luta contra a desigualdade social, a violência e a promoção da Paz entre os povos.
Olhando para o ano que termina, 2022, vimos no Brasil o aumento do número de pessoas em extrema pobreza, de vulnerabilidade social e insegurança alimentar. Paro para pensar: como o país mais cristão do mundo pode viver uma realidade como essa? Onde será que estamos errando? Como é possível anunciar Jesus e seu Reino sem compadecer com a dor de nosso próximo?
Em fevereiro de 2022, iniciou-se o conflito da Rússia e da Ucrânia, mexendo diretamente com a ordem ocidental. Evidentemente, é lastimável milhares de vidas ceifadas pela ganância. Entretanto, quantos outros povos vivem em guerra há décadas no Oriente Médio, em outros lugares do Ocidente, para além da Europa, ou ainda no Continente Africano? É necessário que se promova a paz igualmente nos mais diversos lugares do mundo, inclusive em nosso país, em nossa Comunidade e em nossa Igreja Particular, isto é, em nosso lar.
A expectativa para 2023 é sempre semelhante a cada Ano Novo. Esperamos que nossos sonhos sejam realizados, metas alcançadas e outras questões pessoais. No entanto, que tal trazer como meta o aperfeiçoamento pessoal, a busca pelo autoconhecimento, o autocuidado, a conexão com a natureza e o contato com a espiritualidade? Estar em contato com o Senhor, com certeza é o que mais buscamos, como cristãos católicos, mas do que adianta estar em contato com o Mestre e não ser um benfeitor de suas obras e ensinamentos?
O desejo é que em 2023 possamos colocar em prática a fraternidade, a justiça e a paz em nossa sociedade. Entretanto, nossas ações devem ser iniciadas em nossos ambientes comuns, isto é, em nossos lares, trabalho e espaços de convivência. Pois então, o que você quer em 2023? Eu quero a experiência do amor em todos os sentidos e, assim, experienciar o mandamento de Jesus: amar o outro como a mim mesma. Faço este convite a você também. Vamos viver o amor em plenitude, já a partir de 1º de janeiro em 2023?
Amanda Oliveira
Historiadora