Esperança no isolamento

Nossas vidas foram modificadas de tal maneira por esta pandemia, que corremos o risco de enfraquecer nossa vivência espiritual na necessária rotina de isolamento. Por isso, gostaria de compartilhar uma reflexão pessoal com o intuito de que a chama de nossa esperança não esmoreça. Esse pensamento faz parte de minha rotina diária e ele se baseia em um único ponto: voltar a momentos que deram sentido a nossa existência. Todos nós caminhamos rumo à Pátria celeste e nesse caminho nos deparamos com sombras e luzes. No momento atual, marcado pela sombra do contágio viral e das mortes, faço o convite de nos voltarmos para situações felizes de nossas vidas. Situações que nos impulsionaram da sombra para a luz. Parece clichê e fácil de se falar, mas não é. Voltar requer uma atitude de coragem e desejo de mudança interior, desejo de sair da zona de conforto; requer um sentimento de ir contra a correnteza atual de noticiários que sempre martelam episódios dolorosos. Como caminhar para o futuro se nós nos voltamos somente para o lado ruim das coisas? Minha rotina para cultivar a esperança não tem muito segredo: é voltar, dentro do possível, ao que me faz feliz! Em meu caso, compartilho um entre outros fatos que busco retomar: desde antes de eu entrar no seminário, sempre me inclinei para as letras. Assim também me interessei por outros idiomas. Esse fato carrega muitos elementos positivos passados em minha história pessoal, inclusive com relação à fé e à Igreja. Nos últimos tempos, tenho voltado a esse interesse em particular, como forma de retomar a positividade de antes em meio à pandemia. Em minha rotina, vejo isso como diversão e não estudo. A diversão está vinculada à felicidade! Além disso, penso serem as letras, as palavras fundamentais porque, de certa forma, se vinculam à fé. Foi o Verbo que se fez carne (Jo 1,1) e que se comunicou a nós. Ele se comunicou para nos dar esperança de que a salvação prometida por Deus estava sendo realizada. A esperança é a fé que dias melhores virão; no entanto, não basta esperar. É preciso criar tais dias em nós. Ter atitude de buscar nossos elementos positivos. O retorno às coisas boas que existiram em nosso caminhar é o combustível capaz de manter a chama da vida em nós. Em uma frase: a chama do futuro!

 

Seminarista Pablo Henrique Borges Ferreira

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