Espiritualidade Carmelita

A espiritualidade do Carmelo consiste na união com Deus ou intimidade divina. A união com Deus é a maneira de ser e de atuar do Carmelo. É seu programa de vida.

O primeiro estilo de vida carmelita, nos anos em que surgiu e permaneceu na Terra Santa (Israel), foi o estilo eremita. Com a migração para a Europa, teve de se adaptar às novas exigências. A espiritualidade da nova geração de Carmelitas, na Europa, busca um equilíbrio entre contemplação e ação.

O ideal de vida carmelita encontra inspiração, desde o início, em duas figuras bíblicas: o Profeta Elias – célebre modelo dos solitários e contemplativos – e a Virgem Maria – venerada pelos Carmelitas junto à Fonte de Elias, como a Domina loci (Senhora do lugar), isto é, a Padroeira.

Os elementos básicos do Ser Carmelita encontram-se na Regra de Vida, cuja introdução diz: “Viver no obséquio de Cristo e a Ele servir com coração puro e reta consciência”.

Este é o carisma[1] do Carmelo, desde o princípio da Ordem, e que seus santos, especialmente Teresa e João da Cruz, souberam expressar muito bem.

Ser Carmelita é aspirar à intimidade com Deus, meta sublime que se alcança mediante uma ascensão progressiva. É a “subida do Monte Carmelo”, descrita por São João da Cruz, em cujo cimo se realiza o encontro transformador com Deus.

A vida carmelita é centrada na busca, coletiva e individual, da união com Deus na oração, como diz a Regra: “Permaneça cada um na sua cela ou nas vizinhanças da mesma, meditando dia e noite a Lei do Senhor e vigiando na oração, a menos que esteja em outra justa ocupação”.

Para se chegar a esta união, o Carmelo nos oferece os meios:

– O primeiro meio para esta união com Deus é a ascese, que significa purificação, libertação de tudo o que atrapalha a vivência desta intimidade, deste encontro com o Amado, de maneira que a pessoa possa chegar a Deus com um coração puro. O silêncio e a solidão são as notas características do Carmelo. A Regra do Carmelo ensina: “No silêncio e na esperança está vossa fortaleza”. Silêncio e solidão são duas armas iluminadoras do Carmelita para cumprir sua dupla missão: contemplação e ação.

– A finalidade do Carmelo é a intimidade divina na contemplação, tendo como meio mais eficaz a oração, que vivifica os atos do Carmelita. É sua principal ocupação. Como disse o Papa Leão XIII: “Sem a oração, nada é o Carmelo”. O coração do carisma carmelita é a oração e a contemplação. A contemplação começa quando nos entregamos a Deus, qualquer que seja o modo que Ele escolha para aproximar-se de nós. É uma atitude de abertura a Ele, cuja presença encontramos em toda parte. O objetivo da vida carmelita é a união com Deus, experiência que nos preenche do amor divino e nos esvazia de nossos modos humanos limitados e imperfeitos de pensar, amar e agir, transformando-os em modos divinos. A escuta orante da Palavra do Senhor, diariamente, dá qualidade à oração e determina a qualidade da vida fraterna e do serviço ao povo de Deus.

– Outro elemento fundamental do ser Carmelita é a fraternidade. Uma fraternidade orante: atitude contemplativa que faz descobrir Deus presente nas experiências quotidianas, levando-nos a encontrá-lo, especialmente nos irmãos e irmãs. Os Carmelitas procuram formar comunidades onde cada pessoa se sinta aceita e valorizada, não por aquilo que possa fazer, mas simplesmente por aquilo que é. Esse tipo de comunidade é em si um testemunho de que o amor de Cristo pode quebrar as barreiras construídas pelos homens e que é possível pessoas de diferentes culturas e nacionalidades viverem juntas, em paz e harmonia. Os Carmelitas também formam uma fraternidade internacional, presente em diversos países do mundo.

Consequência da união com Deus e da fraternidade, o Serviço ao Povo de Deus é constitutivo do ser Carmelita. Forçados a abandonar o Monte Carmelo e estabelecer-se na Europa, os eremitas mudaram seu modo de vida, mais próximos do povo de Deus através do apostolado. A Ordem do Carmo com os frades, monjas, irmãs, ordens terceiras, fraternidades, grupos de leigos carmelitas procura responder às necessidades da Igreja e do mundo, conforme o tempo e o lugar. Você pode viver a espiritualidade carmelita procurando a intimidade divina em sua realidade. Faça a experiência!

 

Artigo proposto por: Irmã Alice Rodrigues Costa, CMSTMJ

Fonte: site “PROVÍNCIA CARMELITANA DE SANTO ELIAS – ESPIRITUALIDADE CARMELITA”.

[1] Dom extraordinário e divino concedido a uma pessoa ou grupo de pessoas, para o bem da comunidade.

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