Acabamos de realizar a Visita ad Limina Apostolorum, nós, os bispos de Minas e Espírito Santo, visitando as origens da nossa Igreja, ancorada e sustentada pelo testemunho dos Apóstolos, entre eles São Pedro e São Paulo. Celebrando nas sepulturas desses dois discípulos do Senhor, cada bispo renovou seu compromisso com uma Igreja missionária, encorajado para enfrentar os desafios hodiernos.
No encontro de duas horas e meia com o Santo Padre, Papa Francisco, todos nós, bispos e arcebispos ficamos muito sensibilizados com a forma de acolhida que recebemos. O Papa começou o encontro abrindo seu coração de pastor fraterno de forma muito descontraída. Pediu que fosse um momento de alegre convivência, de perguntas, de diálogo, de respostas e de críticas sobre sua administração.
Realmente, foi expressão de unidade entre aqueles que têm hoje a missão de anunciar Jesus Cristo, mais com testemunho do que com palavras. O Papa dá esse testemunho, principalmente de simplicidade, de desapego e totalmente preocupado com o bem da humanidade, não só de católicos, mas na universalidade da criação, inclusive preocupado com a derrocada da ecologia integral.
Voltamos para nossas Igrejas particulares, nossas dioceses e arquidiocese mais animados e esperançosos, mesmo tendo que enfrentar as crises que afetam a realidade de nosso país, hoje. Com dificuldade ou não, a Igreja não deixa de cumprir sua missão de construir o bem da humanidade. Sentimos ter solidez na caminhada, porque as bases são muito sólidas para enfrentar os contratempos.
Já caminhamos para o final do Ano Civil e passamos pelo encerramento do Ano Litúrgico. A celebração da Festa de Cristo-Rei marca um momento de mudança, de final e também de recomeço. É o término de um grande ciclo litúrgico, quando Cristo é evidenciado como Rei do universo desde o nascimento e continua na plenitude. O ano inteiro é feito memória de sua ação salvadora na história.
Passada a Festa litúrgica de Cristo-Rei, começa um novo percurso celebrativo, organizado pelos diversos ciclos durante o ano. Começa com o Advento, quando é anunciada a chegada daquele que havia sido profetizado pacientemente durante o Antigo Testamento. É o nascimento do Rei de Israel, a vinda de Deus que se fez Homem para elevar a humanidade à dignidade e filiação divina.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba