IRMÃS AUXILIARES DE NOSSA SENHORA DA PIEDADE

         Uma congregação mineira fundada em 1892, pelo padre Domingos Evangelista Pinheiro, sacerdote diocesano.

     Padre Domingos fundou, em 1867, o Asilo São Luiz para acolher as crianças pobres e filhas de escravos, libertadas pela Lei do ventre livre. A Irmandade de Nossa Senhora da Piedade, também fundada por ele, auxiliava na manutenção das crianças e zelava pela singela Igreja da querida Mãe de Piedade, no alto da Serra do mesmo nome.

    Alguns anos depois, doze jovens, que cresceram no Asilo São Luiz, dentre elas mulatas, negras e brancas, se encantaram com o cuidado que Monsenhor Domingos despendia para que as crianças crescessem na fé e na dignidade humana. A educação era o instrumento primordial para alcançar esse fim, tendo por amparo a devoção filial a Nossa Senhora da Piedade e a confiança constante na Providência Divina.

Inspiradas na audácia de Monsenhor, elas desejaram compartilhar esse sonho. Envoltas de coragem e animadas pelo Espírito Santo, escreveram uma carta solicitando que o Padre Domingos fundasse uma Congregação Religiosa onde elas pudessem auxiliar as crianças, os jovens, os enfermos e os idosos em suas necessidades físicas e espirituais, seguindo o exemplo de ternura da querida Mãe da Piedade.

      Monsenhor Domingos acolheu com alegria e fé esse chamado de Deus e, no dia 28 de agosto de 1892, nasceu, aos pés da serra da Piedade situada no município de Caeté – MG, a Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade (CIANSP).

       Hoje, com 130 anos de existência, a CIANSP está presente em diversas partes do Brasil e neste ano de 2022 foi aberta uma comunidade no continente africano, em Angola. Escolas, creches, asilos e comunidades pastorais compõem a atividade missionária das Irmãs Auxiliares. Uma história pautada no amor e na missão de ser presença geradora de vida por meio da acolhida, da esperança, da fraternidade, da solidariedade e da compaixão, traços característicos de Nossa Senhora da Piedade.

      Nossa missão é a razão de nossa existência de vida consagrada na Igreja e no mundo. Como missionárias, nos dispomos a viver a PIEDADE AUXILIANDO os que não têm alternativa. Escolhidas como cooperadoras na caridade e no bem, assumimos ser o eco da voz de nosso fundador, promovendo a dignidade humana, acolhendo seu legado.

      A identidade espiritual da Congregação originou-se do mistério do Calvário e dele se nutre continuamente na certeza da ressurreição. Na vivência da contemplação e acolhida de Jesus Crucificado nos braços de Maria nasce o carisma, dom concedido pelo Espírito Santo e revelado ao Monsenhor Domingos Evangelista Pinheiro, fundador da Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade.

      Com Maria, aprendemos a fazer de Jesus o centro de nossa vida. Seu olhar nos reporta ao amor misericordioso de Deus para com seu povo. Seu colo, berço da compaixão, da ternura e do amor, recebe o Cristo que continua crucificado nos oprimidos. O Cristo a nós apresentado se faz carne, vive as dores da humanidade: sente fome, sede, medo, cansaço, desesperança e discriminação.

      Em nossa Mãe e Mestra temos o espelho de mulher geradora e defensora da vida. Aos pés da cruz, nos tornamos mensageiras do Redentor para o povo que anseia por uma sociedade justa e fraterna, segundo o Coração de Deus. Somos inspiradoras de ações e luzes junto aos crucificados mortos-vivos à espera da ressurreição.

        A espiritualidade Cristocêntrica Mariana, síntese indicada pelo ícone de Nossa Senhora da Piedade, sustenta e anima nossa vida pessoal, comunitária e apostólica, abrindo espaço para o exercício de oração, presença, escuta, doação e acolhida.

     Na imitação de Maria, apresentamos à humanidade que sofre o vinho da alegria e restauramos o humano desfigurado. Numa atitude de maternidade espiritual, geramos a vida e portamos a esperança para todos que estão crucificados, marginalizados e indigentes.

     Confessando a um fiel, o Servo de Deus abraçava-o e dizia: “Derrama no meu, teu coração. Nada receies, tem toda confiança.” O Servo de Deus Domingos se fez hóstia viva do amor a Nosso Senhor. Assim como o fogo alumia, abrasa e queima, também a graça de Deus, fogo de divino amor, comunica às almas o brilho da pureza, o calor da caridade e o holocausto dos sofrimentos. Ele tinha sempre em mente as formais lições do divino Mestre: “Quem não carrega sua cruz, não pode ser meu discípulo”. Em uma de suas conferências, encoraja as Auxiliares, dizendo: “Ânimo e coragem: o sofrer é de pouca duração, o céu será vossa recompensa”.

      As Irmãs Auxiliares se fazem presentes também na cidade de Uberaba-MG. A convite do Sr. Bispo de Uberaba, Dom Alexandre Gonçalves do Amaral, assumiram em 23 de fevereiro de 1942 a direção do Orfanato Santo Eduardo que estava sob a direção das Irmãs Dominicanas que, por necessidade institucional, deveriam passar o trabalho para outra instituição.

Por muitos anos funcionou como Orfanato de fato, onde as moças ficavam até a maioridade quando se formavam ou se casavam; muitas eram enviadas para nossos colégios para completar seus estudos. A partir da década de 1970, houve mudança do nome Orfanato para Instituto Santo Eduardo, com o mesmo objetivo.

       Nas décadas de 1980/90 o Instituto passou a receber meninas semi-internas, que ficavam durante a semana e as externas, que ficavam durante o dia, de segunda a sexta feira. A partir de 2000, somente externato. Nessa década, houve a obrigatoriedade de adequar o Instituto como escola de Educação Infantil para atender meninas até cinco anos de idade.

        Hoje, com o mesmo objetivo de obra social, funciona com meninas de um a cinco anos, na Educação Infantil.

 

A caminho dos Altares: SERVO DE DEUS DOMINGOS PINHEIRO

     Em 1898, Padre Domingos foi agraciado pelo Papa Leão XIII com o título de Monsenhor “Capelão Secreto.” Em 2021, Monsenhor Domingos foi reconhecido pela Santa Sé como Servo de Deus.

Venerável Benigna

    Maria da Conceição Santos nasceu em 16 de agosto de 1907, em Diamantina – MG. Ingressou na Congregação das Serva de Deus Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade e recebeu o nome de  Benigna Victima de Jesus. Com a oração da Salve Rainha, despertou em milhares de pessoas o amor filial a Nossa Senhora. Diante de inúmeros sofrimentos, se apegava ao Deus misericordioso. Sim, sua vida, mesmo com os espinhos, era cercada de rosas: cultivava jardins.
Por onde passava, levava um sorriso, um afago e muitas orações. Mais do que estender palavras, ela sabia ouvir e, por confiar na bondade de Deus, transbordava esperança e acendia a fé nos corações das pessoas.

    Sua presença foi uma bênção para os idosos, conforto para as crianças carentes e sinal de luz para as famílias. Atendendo as pessoas, esquecia-se de si mesma e, ao ser advertida para se cuidar um pouco mais, com um suave sorriso sempre respondia: “Jesus tem pressa”. Para validar seu pensamento, lembrava o Evangelho: “Não deixai que se perca nenhum daqueles que o Pai vos confiou”.  Via Deus nas pessoas e por isso era só caridade. No dia 16 de outubro de 1981, sua vida escoou nas mãos de Nossa Senhora e se fez oferta ao bom Deus.

 Irmã Nazaré Maria Aparecida Souza- ANSP

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