A Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Amparo nasceu em Petrópolis/RJ, germinada no coração de um sacerdote “profeta da Caridade”, Padre João Francisco de Siqueira Andrade. Idealizou, organizou, mas não chegou a ver concretizada, pois morrera antes. Padre Siqueira exerceu seu sacerdócio de 1864 a 1881. Tinha convicção de que a educação integral, que cultiva a mente e o coração, que é orientada pelo Evangelho, torna a pessoa protagonista de sua história e transformadora da sociedade e gera a paz. Um povo assim educado dispensa exércitos.
Acreditava ainda que educar a mulher é educar a sociedade, quer no trabalho doméstico, como professora ou como mãe. A mulher merece ser educada, para ser educadora, onde quer que atue. Assim, com o desejo ardente de “servir a Deus, à Pátria e à Humanidade” e acreditando que a “obra era divina”, ele, após muitas lutas, sofrimentos, incompreensões e também muita ajuda, fundou a Escola Doméstica de Nossa Senhora do Amparo, em 22/01/1871, em Petrópolis/RJ, para meninas pobres e órfãs, consideradas por ele, como a parte mais frágil, exposta à miséria e à exploração. Por isso mesmo, merecedora de cuidado, de educação e do Amparo de Deus. Escolheu como padroeira de sua obra Nossa Senhora do Amparo, aquela que se deixou amparar por Deus e amparou o Filho de Deus desde a concepção até o Calvário. Por esta obra, ele deu a vida, tornando-se missionário, esmoler, peregrino de porta em porta, pelo interior dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, a fim de pedir esmolas para construir uma casa digna às meninas e também semeando a Palavra do Evangelho, ouvindo as pessoas, ministrando o perdão de Deus e celebrando a Eucaristia. Foi sinal visível da Caridade que é Deus, por onde passou. Vitimado pela tuberculose, deixou sua obra aos cuidados de uma verdadeira rede de colaboradores, benfeitores que ele conquistou com seu testemunho de vida e trabalho ético e sério, mas, sobretudo, aos cuidados de sua sobrinha Francisca Narcisa de Siqueira, já atuante na obra como verdadeira mãe das crianças e amparo para quem precisasse. Com várias jovens e senhoras voluntárias e benfeitoras, que beberam da fonte originária do Carisma do Padre Siqueira, levaram adiante o projeto dele e fundaram outras Escolas do mesmo gênero, que mais tarde tiveram suas atividades encerradas.
Dessa obra, de Petrópolis, nasceu em 1906 a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Amparo, mais tarde denominada de Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Amparo. Hoje, as Irmãs são presença no campo da Educação formal e informal em Colégios, Escolas Domésticas, Creches, Pastoral Popular e Missão Ad Gentes nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Alagoas, Pernambuco, Ceará, Pará e Amazonas, no Brasil, e em Luanda, na Angola. Participamos de dois projetos missionários intercongregacionais no Peru e nas Filipinas.
Presença das Irmãs Franciscanas de N. S. do Amparo em Conquista – MG
As Irmãs do Amparo chegaram nesta cidade, a pedido do então Bispo da Diocese de Uberaba, Dom Alexandre Gonçalves do Amaral, em 30/03/1938, para assumirem o Colégio Imaculada Conceição, onde faziam de tudo para conduzir a Escola suas necessidades e pouquíssimos recursos. Viveram de maneira pobre e simples; trabalharam muito e foram, ali, presença do Amparo de Deus que acolhe, educa, põe de pé e faz crescer a pessoa humana. Além das atividades do Colégio, as Irmãs sempre foram colaboradoras dos Párocos nas atividades paroquiais e nas visitas às famílias.
As atividades do Colégio foram encerradas em 23 de dezembro de 1972, mas não a presença das Irmãs do Amparo em Conquista. Foi também Dom Alexandre quem pediu ao governo geral de nossa Congregação para as Irmãs virem cuidar da Santa Casa de Misericórdia de Conquista e aqui chegaram em 15 de agosto de 1955. Ali, as Irmãs, enfermeiras ou não, foram o amparo de Deus junto aos doentes do corpo e da alma, o próximo, o cireneu dos mais sofridos. Atuaram em todas as áreas da Santa Casa, além de colaborarem, também, com os trabalhos pastorais da paróquia, sobretudo, junto às famílias. O trabalho das Irmãs dentro da Santa Casa, como profissionais da saúde, perdurou por quase 60 anos.
Hoje, duas Irmãs que atuam nas pastorais da saúde e da esperança, vão sempre à Santa Casa, para visitar e levar a comunhão, renovar o Santíssimo na capelinha. Em caso de morte, quando o Pároco não pode, é a Irmã quem presta esse serviço caritativo de fazer a encomendação do corpo para o sepultamento e de levar às famílias uma palavra de consolo e de esperança.
Nossa fraternidade é constituída, na maioria, por idosas que rezam, rezam muito pelos que sofrem, atendem pelas mídias, fazem a pastoral de levar palavras de ânimo e de esperança, visitam casas, quando é possível, fazem trabalhos artesanais para as missões ad gentes. Queremos ser amparo de Deus em qualquer situação. Queremos “fazer às vezes de Maria”, como nos ensinou nossa Fundadora, em nosso viver diário, sermos Amparo umas para as outras e sermos felizes e agradecidas por tudo o que o Pai do céu nos concede a todo instante. E que Ele seja louvado e glorificado pelo nosso viver.
Irmã Cacilda Alves de Lima –cfa