Liberdade e fidelidade

É até difícil entender o significado de liberdade na realidade moderna, principalmente porque está muito esvaziado o sentido de fidelidade e de compromisso verdadeiramente sérios. Supõe-se que todas as pessoas têm capacidade para fazer suas escolhas na vida real, num caminho vocacional, para realização pessoal. A liberdade vem de dentro da pessoa e se expressa concretamente na fidelidade.

A fidelidade dá à liberdade o perfil de sua identidade. É o que aconteceu na vida e vocação dos profetas, pois, cumpriram uma missão, que teve sua origem numa experiência concreta de vida com Deus. Assim podemos dizer que a liberdade e a fidelidade veem de Deus e supõem seguimento aos princípios e projetos divinos para conduzir a humanidade no caminho do bem.

Estamos próximos do mês de agosto, chamado de mês vocacional, propriamente de descoberta do projeto de Deus para a vida das pessoas. A vocação é uma escolha diante da infinidade de caminhos para a realização humana, individual e comunitária. Supõe abandono e desapego de muitos outros projetos, todos eles bons, para ser fiel àquele escolhido com plena liberdade.

O projeto histórico da salvação passa pela liberdade das pessoas, daquelas que assumem com fidelidade sua vocação. Projeto de justiça e de superação da prática constante de corrupção na qual a humanidade está tão envolvida. Os desvios são frutos de infidelidade aos indicativos de Deus para a salvação. Isso envolve as lideranças que se colocam à frente de uma Nação, Estado ou Município.

Há uma grande influência de propostas contrárias ao projeto de Deus, que deixam as pessoas abaladas e cheias de dúvida a ponto de influenciar em suas decisões. Não é muito saudável ficar exposto a certos tipos de escravidão, de exigências e leis pesadas, imiscuído numa liberdade fragilizada e sem capacidade para a via da fidelidade. A liberdade trazida por Cristo supõe maturidade e responsabilidade.

O seguimento de Jesus Cristo significa e depende de abrir os olhos e ouvidos e de prontidão permanente diante das hostilidades que rodeiam o ser humano. Certos atos são prejudiciais à liberdade e à autonomia, porque impedem a pessoa de ter capacidade para responder fielmente ao chamado de Deus. Sem ter uma autêntica liberdade, a resposta de vida feliz fica sempre fragilizada.

Dom Paulo Mendes Peixoto

Arcebispo de Uberaba

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