Natal e Dia da Paz

  Duas celebrações importantes marcam a passagem de um ano para o outro: Natal, no final do ano e a Solenidade da Santa Mãe de Deus, Dia da Paz, primeiro de janeiro, iniciando um novo ano. Terminamos e iniciamos o Ano Civil com nossa mente totalmente voltada para momentos fortes de espiritualidade, agradecendo e pedindo a Deus para sempre nos conduzir firmes em nossa jornada.

  Agradecer e pedir são termos eminentemente saudáveis e de profunda conotação cristã. Jesus mesmo reclamou da ingratidão de nove leprosos curados que não voltaram para agradecer (cf. Lc 17,17-18). Natal é Festa de louvor e gratidão a Deus, não só pelo findar de mais um ano, mas pela encarnação do Verbo, a presença salvadora de Jesus Cristo no meio da humanidade.

  Começamos um novo ano celebrando a Liturgia dedicada a Santa Maria, Mãe de Deus, em Jesus Cristo, Aquele que propicia uma vida de paz para a história de mais um ano. Assim, colocamos nas mãos do Senhor da vida a fecundidade e o sucesso em tudo a ser realizado. Não podemos contar apenas com nossas próprias forças, porque são limitadas e carentes das bençãos de Deus.

  A vida da Mãe de Deus esteve totalmente enraizada e entregue nos braços da Pessoa de seu próprio Filho Jesus, motivo primeiro para dar-lhe condições para cumprir sua nobre missão. Sem Deus, a vida, com muita facilidade, perde sua dignidade e pode caminhar para a falência total. Por isto, dizemos a bonita expressão popular: “Se Deus quiser” tudo irá bem, pois depositamos nele nossa confiança.

  Maria Santíssima confiava plenamente em Deus. Tinha seu coração apaixonado por Ele a ponto de entregar toda sua vida para viver um Sim comprometido o tempo todo. Só desta forma teremos um ano de graça e pleno de motivações para um tempo de realizações em todos nossos empenhos. Deus não abandona seu povo, mas quer nossa abertura de coração para Ele, fazendo nossa parte.

  É importante investir na construção da paz, assim como rezamos na primeira missa celebrada no início do ano. Sabemos que muitos países estão mergulhados em guerras, o povo está sofrendo e vivendo uma crise de esperança. Parece que isso não existe em nosso país, mas muita gente vive em guerra consigo mesma. Só Deus é capaz de preencher o coração humano. Que Ele nos abençoe.

Dom Paulo Mendes Peixoto

Arcebispo de Uberaba

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