O Menino da Manjedoura

   Deus sempre nos surpreende! As linhas do Velho Testamento delineavam um Messias forte, guerrilheiro, ladeado de um exército e que viria ao mundo como um juiz implacável, destruindo os inimigos de seu povo e implantando entre os homens a verdadeira justiça.

   Ao contrário de tudo o que foi dito o Messias não chegou aqui escoltado por um exército, não derramou sangue dando asas a morte, muito menos nasceu imerso nas fortes estruturas dos palácios ou do templo.

   Para a vinda do Filho de Deus, foi escolhida uma pobre e boa menina para ser sua mãe. Não era uma rainha, mas era cheia de graça. Não vivia num palácio; ao contrário, vivia num casebre na periferia de um desconhecido lugarejo. O mistério da sua vinda não começou no centro, na capital, mas sim na periferia da Galileia. Nazaré, uma pequenina aldeia que ninguém na capital sabia ao certo onde ficava. Sabe, aqueles lugares que ninguém nunca escuta falar? Era lá, no “fim do mundo”, que vivia Maria.

   Naquele tempo Herodes quis fazer as contas do seu poder e decretou um recenseamento para saber quantos eram e de onde vinham seus súditos. Foi por isso, e somente por causa do recenseamento, que Maria e José caminharam até Belém.

   O sistema não tem dó de quem nasce pobre e por isso não há lugar para o carpinteiro e sua esposa nas hospedarias e casas de Belém, mas os pobres também têm direito de nascer! Para o pobre casal restou como maternidade uma gruta que servia para os pastores guardarem seu gado. Maria deu à luz seu filho em meio à noite escura e fria. Para aquecê-lo, contou com a presença dos animais, envolveu o Filho de Deus em pobres faixas e o deitou sobre as palhas em uma humilde manjedoura.

  Quem diria que o Messias seria tão pobre, e na noite santa de seu natal dormiria em paz numa manjedoura. Menino das palhas, tão pobre menino!

  O Senhor e seu dom de confundir os fortes para exaltar os pobres e humildes. Agora, Deus é humano; frágil e pobrezinho se faz caminho para todos aqueles, ricos e pobres, que querem voltar para casa. Afinal, de onde Ele veio é que é nosso verdadeiro lugar.

   O que o Menino da manjedoura deseja é que todos lutem por um mundo igual. Eis o mistério de seu natal, e quem nesta verdade acredita pode gritar: ‘Hoje é Natal! Feliz Natal!’

Padre Márcio André Soares

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© Copyright Arquidiocese de Uberaba. Feito com por
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