Na data de 13 de março de 2023, o Papa Francisco celebrou a trajetória de dez anos de fecundo pontificado. Foi oportunidade para agradecer o significado de seu ministério petrino para a unidade e vida da Igreja. É uma missão desafiadora, muito mais nos novos tempos, devendo enfrentar com coragem a realidade de polarização ideológica, de individualismo e de correntes extremistas fechadas.
Realmente, é um pontificado de tensões, mas o Santo Padre tem sido firme e sereno. Ele não fica abalado diante dos ataques impiedosos e as contradições. Está consciente de que a Igreja precisa abrir-se para o hoje da história, para as exigências atuais, investindo na dignidade da criação, sem desprezar a Tradição, isto é, o rico legado do passado, mas tudo fundamentado nos princípios do Evangelho.
O Papa Francisco é um grande líder mundial, munido de uma postura coerente, com testemunho pessoal de vida, preocupado em fazer a Igreja dar passos na vocação de cuidar do povo de Deus. Quer também uma Igreja misericordiosa, fraterna e sinodal. Desta forma, valoriza a capacidade de acolhida sem discriminação, sem exclusão, entendendo que todas as pessoas são filhas de Deus.
Em dez anos, o Santo Padre marcou a Igreja e o mundo. O legado de ação, de palavras, de escritos, de documentos, de reuniões etc. já é bem extenso e revela seu carisma originário, vindo “do fim do mundo”, de uma América do Sul comprometida com a identidade cristã de sua população. Vem lutando também contra o peso da burocracia eclesiástica, que dificulta a Igreja acolher bem o povo.
O Papa é uma pessoa iluminada pela Páscoa do Senhor, comprometido com o Cristo Ressuscitado e Libertador. Seu projeto de missão contempla a família, os migrantes, a tutela dos menores, a diplomacia, o respeito pela criação, os pobres, os jovens, o combate a abusos, a unidade dos cristãos, a autenticidade na administração etc. Está também em ação o Projeto “Economia de Francisco e Clara”.
Num espírito filial e de honestidade, temos que dizer que o Papa Francisco vem sendo uma grande bênção para a Igreja. Falamos de seu espírito de humanidade que se sobrepõe a todo tipo de fraqueza e deficiência na condução universal da Igreja. Tudo isto significa tempo de Páscoa, de uma Igreja que luta contra os males do mundo e investe na dignidade da vida humana na terra.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba