Infelizmente, a Pandemia, que assolou o mundo, nos levou a nos afastarmos fisicamente de nossos irmãos e irmãs em Cristo. Reflexo desse afastamento, muitas ações foram canceladas dentro e fora de nossa Igreja. Dentre elas, as atividades da Pastoral da Educação. No entanto, não deixamos de nos preocupar e de nos envolver com as causas sociais e do projeto de Educação, com o qual os membros desta Pastoral sempre estiveram envolvidos.
Em nossa caminhada, dentro e fora das igrejas, podemos perceber sem muito esforço quantas pessoas estão necessitando viver dignamente. Muitas delas tão carentes de nossa solidariedade! Tal postura é necessária, principalmente em regiões periféricas, quando focamos situações de marginalização em variados aspectos.
A Igreja é convidada a estar a serviço da sociedade e esta precisa fazer uso de uma educação de qualidade sobretudo social, pautada em valores éticos e religiosos. Dentre eles, o bem viver e o viver com dignidade. Por conta disso, a Igreja é chamada a ajudar a desenvolver uma educação que valorize a pessoa humana e a fé como alicerce para a construção de uma comunidade mais justa e humana.
A partir do Concílio Vaticano II (1962 – 1965) e seus desdobramentos em muitas frentes, acontece uma renovação que buscou – e em tese ainda busca – suas raízes em teologias que repensaram profundamente o sentido profético dos pastores, isto é, os que investem num cuidado com suas ovelhas, como está em muitas páginas do Evangelho. E as ações se ampliam e se frutificam, como forma solidária de pôr em prática os dons que o Criador nos ofertou e seu Filho, Jesus Cristo, concretizou em sua missão. Assim sendo, muitas são as frentes específicas de trabalho de dentro para fora da Igreja, como ressalta o próprio Papa Francisco, ao referir-se a uma “Igreja em saída” (de dentro de si mesma, de seus próprios muros) sem implicar intromissão nos assuntos diversos da sociedade: São frentes vitais as pastorais da criança, do idoso, do doente, da liturgia, do dízimo, da terra, do trabalho, entre outras.
Em nosso caso, especificamente, a Pastoral da Educação vem concretizar o que está posto no próprio Documento 47 da CNBB: Educação, Igreja e Sociedade: “…a educação é condição básica para o desenvolvimento pessoal e o exercício da cidadania, tornando-se, assim, urgência nacional. Nesse contexto, a Pastoral da Educação é a presença evangelizadora da Igreja no mundo da educação, possibilitando, por meio de processos pedagógicos, dinâmicos e criativos, o encontro das pessoas com os valores do Reino de Deus. Trata-se, portanto, de uma reflexão e ação conjunta que questiona criticamente, à luz dos valores evangélicos, a Educação em si, os processos educativos e as estruturas das instituições e movimentos de Educação, bem como a vida e ação dos educadores: pais, professores, comunicadores, formadores de opinião e outros, pessoas que influenciam direta e indiretamente na formação humana”.
É inegável que fazemos parte da fé católica, mas isso não nos impede de dialogar com todas as religiões, pois, se assim não o fizermos, estaremos indo ao desencontro do Evangelho. É neste sentido que os cidadãos, católicos ou não, a partir do diálogo com a Igreja, são convidados a participarem de uma Pastoral que visa ao diálogo inter-religioso. E a Pastoral da Educação em Uberaba vive um momento precioso para ampliar a pauta de uma ação evangelizadora, preocupada com a cidadania e os valores humanos, como forma de realizar a fé cristã, em diálogo com outras expressões de fé.
E não faltam ações em que todos adquirem enorme importância na vivência coletiva da pastoral, como Cristo nos ensinou: “Ide e ensinai a todos o que Eu vos ensinei”, inclusive e principalmente, no campo da educação e de seus valores humanos fundamentais. Sintam-se convidados a conhecer e participar da Pastoral da Educação, seja em nível arquidiocesano, seja em suas paróquias.
Maria Rita N. Pereira. Pedagoga
Coordenadora da Pastoral da Educação da Arquidiocese de Uberaba