SEMANA SOCIAL BRASILEIRA

As Semanas Sociais Brasileiras (SSBs) são convocadas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora. São realizadas de forma coletiva com as Pastorais Sociais, Igrejas Cristãs, Inter-religiões, Movimentos Populares, Associações, Sindicatos e Entidades de Ensino, na pluralidade cultural e étnica do Brasil.

Não se trata de um evento isolado ou uma ação no calendário, mas um processo. As SSBs marcam práticas de mobilização popular e transformação social. Tornam-se espaços de fortalecimento da democracia participativa e direta, pois fomentam o envolvimento dos setores em situação de maior vulnerabilidade socioeconômica à participação cidadã e à autoridade política, na garantia da igualdade de direitos das pessoas e da natureza.

As SSBs se inspiram na experiência da Igreja Católica na Europa, mais precisamente na França, que já celebrou o centenário das Semanas Sociais. A Itália encerrou sua 48ª. Semana Social em outubro de 2017. Mesmo com formatos diferenciados, as Semanas Sociais articulam as forças populares e intelectuais para debater questões sociopolíticas relevantes e traçar perspectivas para seu país, baseadas no Ensino Social da Igreja.

A década de 1990 foi marcada pela realização das SSBs advindas de um rico processo de mobilização popular das décadas de 1970 e 1980, quando nasceram e se fortaleceram as pastorais sociais que, juntamente com numerosos movimentos e organizações sociais, iniciaram o debate para construir o Projeto Popular para o Brasil.

Principais princípios que estiveram presentes no contexto, história, motivações e resultados das SSBs: protagonismo efetivo dos leigos/as; diagnóstico da realidade sociopolítica e econômica do país; mobilização ampla de todas as forças vivas da sociedade, tanto eclesiais como não-eclesiais; posicionamentos políticos e sociais e ações concretas com e através dos compromissos em âmbito nacional e global.

Os temas já tratados nas edições anteriores das SSBs foram os seguintes: “Mundo do trabalho: desafios e perspectivas” (1ª. SSB – 1991); “Brasil: alternativas e protagonistas” (2ª. SSB – 1993-1994); “Resgate das Dívidas Sociais: justiça e solidariedade na construção de uma sociedade democrática” (3ª. SSB – 1997-1999); “Mutirão por um novo Brasil: articulação das forças sociais para a construção do Brasil que nós queremos” (4ª. SSB – 2003-2005); “Um Novo Estado: caminho para uma Nova Sociedade do bem viver” (5ª. SSB – 2011-2013).

A 6ª. SSB traz como motivação uma palavra do Papa Francisco: “Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhuma pessoa sem a dignidade que provém do trabalho” (Papa Francisco, Discurso – 9/07/2015). Daí foi inspirado seu tema: “Mutirão pela Vida: por Terra, Teto e Trabalho”. Os eixos estruturais são: Economia, Democracia e Soberania. O período para sua realização foi inicialmente planejado para ser de 2020 a 2022, posteriormente ampliado para 2023, devido à pandemia.

Os objetivos da 6ª SSB são quatro: 1. Articular e mobilizar pessoas de boa vontade, igrejas, movimentos sociais e populares, e a sociedade brasileira para o envolvimento nos processos sociopolíticos do país; 2. Realizar Mutirões resultando em processos de mobilização, formação e proposição de ações concretas de incidência política e transformação social nos âmbitos locais e nacionais; 3. Reconhecer e valorizar as potencialidades da resistência popular nas lutas cotidianas do povo e grupos organizados; 4. Possibilitar levantamento e sistematização das violações dos direitos humanos e da natureza que afetam o acesso e a dignidade e conquista da Terra, Teto e Trabalho, contribuindo para a elaboração e concretização do projeto popular para o Brasil.

A mística ou espiritualidade da 6ª SSB é profundamente marcada pela relação fé e política, com as capacidades de indignação e profecia e com o comprometimento na construção de um mundo de paz, justiça e solidariedade como sinal do Reino de Deus presente na História do povo. Este compromisso se sustenta pela espiritualidade, na força e na esperança que brotam da relação com Deus e se concretiza em ações políticas ao longo da vida. A mística do encontro é alimentada pelo Bem Viver, na exposição de uma experiência pautada em relações e valores diferentes do capitalismo.

Servindo-se do consagrado método “ver, discernir, agir e celebrar”, a 6ª SSB aponta que o caminho é dialogal, participativo, em forma de mutirões (rodas) de conversa, diálogos, com descentralização da palavra e presença dos protagonistas que sofrem discriminação, preconceitos e perda de direitos.

Foi elaborado um projeto pela Comissão de Animação, aprovado por Dom Paulo, que prevê várias atividades neste ano e no ano que vem, culminando com um Sínodo Social Arquidiocesano, previsto para o fim de 2023. Neste semestre serão realizadas três “rodas de conversa”, na modalidade on line, buscando formar nossas lideranças diante das temáticas propostas. A Missa de Abertura oficial dos trabalhos desta 6ª Semana Social será no dia 18 de fevereiro, às 19h, na Catedral. Estejam atentos na programação que será enviada para que todos possam participar e se envolver com este importante projeto. Queremos contar com a colaboração e a participação de todas as lideranças de nossa Igreja: padres, diáconos, religiosos, religiosas, leigos, leigas, lideranças de classe e o povo em geral. Visite o site oficial da 6ª SSB: https://ssb.org.br/ e conheça melhor a proposta.

Padre Geraldo Maia

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© Copyright Arquidiocese de Uberaba. Feito com por
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