Ainda que seja chamada de “Semana”, a 6ª Semana Social Brasileira, assim como suas edições anteriores, não se restringe àquele período delimitado de sete dias. O projeto, liderado pela Dimensão Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi criado para durar três anos, de 2020 a 2022. Devido à pandemia, foi prorrogado até o presente ano.
A atual Semana Social se inspira numa palavra do papa Francisco: “nenhuma família sem Teto, nenhum camponês sem Terra, nenhum trabalhador sem Trabalho”. O tema central da 6ª Semana Social Brasileira é: “Mutirão pela vida, por terra, teto e trabalho”, são os chamados três “Ts”. Em sintonia com essa temática, são trabalhados os três eixos estruturais da sociedade: “Democracia, Economia e Soberania”.
A Arquidiocese de Uberaba está inserida nesse grande Projeto Nacional, protagonizada por uma Comissão Arquidiocesana de Animação da 6ª. Semana Social. Várias atividades já foram realizadas em nossa Arquidiocese, abordando as temáticas propostas, seja dos eixos estruturais, seja o tema propriamente dito.
O projeto proposto segue a metodologia “Ver, Iluminar, Agir, Rever e Celebrar”. Várias atividades já foram desenvolvidas, como as rodas de conversa e a aplicação do instrumento de escuta com lideranças de nossa Arquidiocese, por ocasião das reuniões de Foranias. Os dados coletados por esse instrumento de escuta foram apresentados na live da Escola de Fé e Cidadania, do dia 05 de dezembro. Vale a pena acessar a página do YouTube da Arquidiocese para conhecer esses dados importantes.
Neste ano, foram realizadas duas lives, em parceria com a Escola de Fé e Cidadania, abordando o “ver a realidade”. No dia 06 de fevereiro, foi apresentada uma profunda visão da realidade do eixo “Democracia”. Os participantes da roda de conversa foram a Professora Rosimár Querino, o Advogado Sebastião Severino e o Ativista Jurandir Ferreira. Vale a pena visitar essa live, que se encontra no canal do YouTube da Arquidiocese de Uberaba.
A última roda de conversa aconteceu na noite do dia 10 de abril, abordando a realidade dos dois outros eixos: “Soberania” e “Economia”. A primeira expositora foi a Professora Abigail Bracarense, que fez uma excepcional leitura dos dados coletados no instrumento de consulta aplicado nas reuniões de Foranias da Arquidiocese, observando nítida disparidade entre a participação das lideranças na Igreja e a participação na sociedade.
A seguir, o economista Sérgio Martins abordou elementos importantes da Economia, como a responsabilidade vigilante e responsável do Estado, a falácia do PIB – Produto Interno Bruto – que expõe a riqueza produzida pelo país, sem apresentar os bolsões de miséria, e a outra falácia que é a renda per capita, que não representa o fosso entre os poucos que concentram renda e a imensa multidão dos descartados da sociedade. No final, passou à apresentação de pistas para que o país possa avançar em termos de Soberania, a partir de aspectos da Economia. Ambos os expositores deixaram claro que esses dois eixos estruturais da sociedade “Soberania e Economia” são complementares.
O último expositor foi o Fabiano Lopes, que apresentou um levantamento socioeconômico dos municípios que compõem a Arquidiocese de Uberaba, com dados muito concretos. Esses dados foram colhidos no site do IBGE a partir do censo de 2010 com algumas atualizações de anos posteriores, como também no Site: https://brasil.io/covid19/MG/, para levantamento da Covid em setembro de 2021. Trata-se de referências importantes para se fazer uma análise da realidade.
Por fim, o mediador e assessor da Escola de Fé e Cidadania e da 6ª. Semana Social, Padre Geraldo Maia, apresentou as várias participações no chat e a palavra ficou aberta para os debatedores fazerem suas considerações finais, guiando-se pelas contribuições dos participantes. Dom Paulo, que acolheu a todos no início da live, retornou para finalizar o evento, agradecendo a participação de todos e pontuando elementos que considerou mais relevantes.
Nas próximas lives serão abordados os temas propriamente ditos da 6ª. Semana Social Brasileira: trabalho, teto e terra, ainda na perspectiva do ver a realidade.