Viver a Espiritualidade e a Fé em tempos de Pandemia

Iniciou-se o ano de 2020 e nossas vidas seguiam normalmente. De longe, observávamos pelos meios de comunicação notícias do novo vírus que aparecera na longínqua China, causador de uma doença ainda desconhecida e que já havia ceifado muitas vidas por lá.

Não demorou muito e o vírus começou a se propagar pela Europa de forma mais agressiva ainda. Já havia se tornado uma pandemia e deveria atingir todos os continentes infectando milhões de pessoas, causando vultuoso número de mortes em todo o mundo. Países fechavam suas fronteiras e decretavam isolamento social total na tentativa de conter a propagação do vírus.

Como já estava previsto, também nós, brasileiros, não sairíamos ilesos ao inimigo invisível, mas que pode ser letal. Os primeiros casos de COVID-19 começaram a aparecer no mês de março em pleno tempo quaresmal, período em que nós, católicos, vivemos mais intensamente nossa fé com inúmeras e significativas celebrações. Tivemos que entrar em “modo espera”. De repente, nos vimos em isolamento social a fim de preservar nossas vidas e a do próximo. Tudo foi pausado, nossos trabalhos, festas, estudos, catequese, reuniões, missas etc…  Tudo suspenso, tudo em espera, estamos vivendo tempos de dor, de medos, de incertezas. Como Igreja, nesse momento foi preciso tomar a difícil decisão de cancelar tudo, pois a vida é nosso bem mais precioso e deve ser preservada acima de qualquer outro interesse.

Como buscar um caminho que nos traga conforto e confiança? Não teremos confissões, não nos alimentaremos da Eucaristia, não adoraremos a cruz em que Jesus nosso Salvador deu a vida para nos salvar, não celebraremos a Páscoa.  Até quando nossas igrejas ficarão fechadas?  Como alimentar nossa espiritualidade, nossa fé e nossa esperança em tempos tão difíceis? E agora, José, ficaremos abandonados?

Não! Neste tempo de recolhimento forçado, graças à tecnologia e aos esforços de nosso Arcebispo, da PASCOM e de nossos Padres, cada casa, cada família teve a oportunidade de se tornar uma Igreja. Não é da forma como queríamos, mas não nos faltaram oportunidades de nos conectarmos às redes sociais e nos alimentarmos da Palavra e fazermos nossa comunhão espiritual através das missas que foram celebradas sem a presença dos fiéis, mas transmitidas pelos diversos canais de comunicação. Muitos foram os subsídios divulgados pelas paróquias, incentivando momentos diários de oração em família neste tempo de espera.

Tivemos a oportunidade de parar para ouvir nosso próprio silêncio, para lidar com nossos medos e angústias e nos sentirmos reconfortados, tendo nossa fé alimentada pela Palavra.  Nesse contexto, estes momentos oportunos de oração em família foram propícios para reforçar nossa intimidade e a confiança em Deus, de restaurar a serenidade e a paz, de transformar a espera em esperança, ou seja, a oração tornou-se o elo que conectou a espera imposta pelo isolamento social a nossa esperança em dias melhores, advinda de nossa fé. A fé nos associa a Jesus Cristo e nos ampara na hora das incertezas. Ele não nos abandona nunca e tudo vai passar “… Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 20).

Marlene Aparecida Manzan Paiva

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