Festas litúrgicas

   O Calendário de nossa Igreja Católica Apostólica Romana apresenta momentos significativos de celebração da fé na vida dos cristãos. Temos os chamados Ciclos Litúrgicos, sendo espaços privilegiados para incentivar o exercício da vida cristã. São estruturas positivas dentro do processo pedagógico e caminho que leva ao encontro pessoal com um acontecimento, a Pessoa de Jesus Cristo.

  Podemos falar do Ciclo Comum, o da Quaresma, da Páscoa, do Advento e do Natal. Entre eles, temos as Festas privilegiadas de sentido, como é o caso de Corpus Christi e do Sagrado Coração de Jesus. As atenções da espiritualidade do cristão se voltam para esses momentos com mais intensidade, não só consequência de tradição, mas por compromisso mais consciente com a Pessoa de Jesus.

  Celebrar Corpus Christi é poder criar maior intimidade com as realidades divinas, através de Jesus Cristo, presente no mistério da Eucaristia, fonte e ápice da virtude teologal da fé em Deus. Tendo voltado ao Pai na Festa da Ascensão, Jesus quis permanecer, de forma sacramental, no seio de seu povo. Ele criou condição e espaço para que o cristão pudesse contemplá-lo na simplicidade eucarística.

  Da mesma forma acontece nas comemorações do Sagrado Coração de Jesus. A liturgia favorece a reflexão sobre um coração ferido pela lança dos soldados, quando Jesus estava no alto da cruz, fazendo derramar sangue e água. Dali brotam os sacramentos do Batismo e da Eucaristia, fontes de espiritualidade e de compromisso com a vida humana, ferida pelas maldades da cultura moderna.

  Não são festas de sensacionalismo cristão, mas de devoção comprometida com as causas do Reino de Deus. As leituras bíblicas proclamadas conduzem à reflexão sobre o papel de Jesus Cristo na ação da Igreja. Mostram que a missão de salvação é compromisso de todas as pessoas batizadas e envolvidas com as forças que são emanadas do doloroso coração de Cristo na cruz.

  Muitos são esses momentos significativos de encontro com Deus. Eles enriquecem a vida da Igreja e dos cristãos. Às vezes, pouco valorizados nos últimos tempos, esvaziados pela dinâmica da história moderna, mas que continuam como patrimônio da fé cristã e motivadores de um cristianismo que se manifesta no testemunho real de vida cristã, expressão concreta da vocação dos cristãos.

Dom Paulo Mendes Peixoto

Arcebispo de Uberaba

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